CPI do MST acaba sem votar relatório e com troca de acusações

Presidente da comissão, Coronel Zucco disse que a CPI foi pressionada a terminar

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Grupo de deputados da oposição pretende se manter articulado por meio da futura Frente Parlamentar da Invasão Zero. (Foto - FPA)

Grupo de deputados da oposição pretende se manter articulado por meio da futura Frente Parlamentar da Invasão Zero. (Foto - FPA)

28deSetembrode2023ás10:55

A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)  foi encerrada, ontem (dia 27), sem a votação do relatório final.

Estava prevista a discussão e votação do parecer final do deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI, na terça-feira (dia 26), o que não ocorreu por causa de um pedido de vista. Um pedido de prorrogação da comissão até o dia de hoje (dia 28) chegou a ser encaminhado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que decidiu não prorrogar os trabalhos. O parecer final de Salles, que pedia o indiciamento de 11 pessoas, ficou registrado na Casa, mas sem efeito legal.

Se ficou sem relatório final e sem indiciamentos, a CPI terminou em troca de acusações entre governistas e oposição.

O presidente da Comissão, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) acusou o governo federal de “jogar baixo” para que os trabalhos se encerrassem sem a votação do relatório final.

Zucco disse que, nos cerca de quatro meses de apuração, “a CPI incomodou demais e foi pressionada a encerrar as atividades quando convocou o ministro da Casa Civil, Rui Costa”, ex-governador da Bahia, estado com altos índices de conflitos agrários.

“A convocação foi desfeita por um ato da Mesa Diretora, que apontou inconsistência no requerimento. Ato contínuo, sete membros titulares da CPI foram substituídos por perfis governistas. Tudo isso em meio a negociações por cargos. Esse governo federal joga baixo e cobrou a conta dos partidos governistas”, reclamou.