Abrafrutas mapeia impactos climáticos e foca no momento de pico nas exportações: “expectativa de alta”

Diretor-executivo da entidade, Eduardo Brandão, revelou que setor enfrenta um cenário misto de desafios e oportunidades

Brandão também apontou alguns avanços após encontro com Lula no início do ano, incluindo a expansão dos mercados internacionais (Foto - Divulgação)

Brandão também apontou alguns avanços após encontro com Lula no início do ano, incluindo a expansão dos mercados internacionais (Foto - Divulgação)

20deSetembrode2024ás11:00

O setor de fruticultura brasileira enfrenta um cenário misto de desafios e oportunidades. As queimadas descontroladas e uma seca histórica preocupam, mas o otimismo predomina com a chegada do “pico das exportações”, de acordo com Eduardo Brandão, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas).

Apesar dos desafios climáticos, a fruticultura tem demonstrado resiliência. O setor projeta um crescimento de cerca de 5% nas exportações de frutas em 2024, tanto em volume quanto em valor.

Em 2023, o Brasil alcançou um recorde histórico com exportações superiores a 1,2 bilhão de dólares. Em entrevista ao Agrofy NewsBrandão destaca que o segundo semestre do ano é crucial, concentrando o pico das exportações a partir de agora.

“Nunca antes na história da fruticultura foram abertos tantos mercados internacionais. Em 2023 e 2024, a fruticultura brasileira abriu mais de meia dúzia de mercados e tem mais de 10 em andamento, com perspectivas promissoras”, afirma o diretor.

Avanços no mercado internacional

A abertura de novos mercados internacionais é um ponto de destaque para a fruticultura brasileira. A exportação de abacates para o Japão é um exemplo recente de sucesso, explica.

Segundo Brandão, o setor está otimista com a diversificação de mercados e parcerias, com novas oportunidades surgindo na Ásia e nos Emirados Árabes Unidos.

Impactos climáticos e monitoramento

O fator clima trouxe desafios que afetaram diversos setores agrícolas. No entanto, a fruticultura tem sido impactada em menor grau, de acordo com ele, comparado a outras culturas, como grãos e cana-de-açúcar.

Embora haja previsão de redução na safra de algumas frutas, como laranja e limão, especialmente em São Paulo, "os danos ainda não foram confirmados de forma significativa."

A Abrafrutas está realizando um monitoramento sistemático em cerca de 30 regiões do país para orientar os produtores e minimizar os prejuízos. Este acompanhamento visa mitigar os efeitos adversos e garantir a continuidade da produção.

Brandão também aponta a questão da fumaça como um fator de alerta: “A fumaça dos incêndios e as secas podem impactar a produtividade de muitas frutas, o que pode afetar o preço ao consumidor final, especialmente no mercado interno.”

Encontro com o presidente Lula

Em março de 2024, a Abrafrutas, junto com outros representantes do setor, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir o impacto da fruticultura no Brasil e apresentar demandas para o governo. Durante o encontro, foram abordadas questões como políticas públicas para a fruticultura, geração de empregos e abertura de novos mercados.

Desde então, a Abrafrutas tem trabalhado com os Ministérios e observado alguns passos à frente, incluindo a expansão dos mercados internacionais para frutas brasileiras.

“A gente tem conseguido avanços significativos. Basta ver a questão da abertura de mercados, que atingiu recordes”, ressalta Brandão.

Brandão destaca que o uso de tecnologia tem contribuído para a melhoria da produtividade e da qualidade das frutas exportadas.