Bioinsumos: setor se prepara para expansão em 2025 e visa consolidar o Brasil como líder global
Júlia Emanuela de Souza, diretora da ANPII Bio, afirmou que 2024 representou um marco decisivo para o segmento
Júlia Emanuela de Souza, Diretora de Relações Institucionais da ANPII Bio, revela que setor de bioinsumos tem demonstrado um crescimento impressionante nos últimos anos. (Foto - Divulgação)
O ano de 2024 foi marcante para o setor de bioinsumos no Brasil, consolidando avanços fundamentais para uma agricultura mais sustentável.
A aprovação do Projeto de Lei nº 658/2021, que regulamenta a produção e o uso de bioinsumos, foi o ponto alto do ano, aguardando agora a sanção presidencial. Essa medida representa um divisor de águas para o setor, proporcionando segurança jurídica e incentivando a inovação.
Segundo a Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio), o mercado de bioinsumos tem mostrado crescimento expressivo nos últimos anos.
Em 2023, o segmento movimentou mais de R$ 6 bilhões no Brasil, e as projeções indicam uma taxa de expansão anual de 16,6% até 2027/28.
"Esse avanço reflete a busca por soluções agrícolas mais sustentáveis, como biodefensivos e bioinoculantes, que são cada vez mais demandados por produtores comprometidos com práticas menos agressivas ao meio ambiente", afirmou Júlia Emanuela de Souza, Diretora de Relações Institucionais da ANPII Bio, em entrevista ao Agrofy News.
Antes da aprovação do PL nº 658/2021, a falta de uma regulamentação específica era um grande obstáculo para o setor.
Os bioinsumos estavam sujeitos a normas destinadas a defensivos agrícolas e fertilizantes, o que limitava a capacidade de inovação das empresas e gerava desafios para os produtores, explica a diretora.
Com a implementação da nova legislação, o Brasil reforça sua posição como líder global no uso de biológicos, especialmente em culturas extensivas como soja, milho e cana-de-açúcar.
“O Brasil já se destacava por ser um dos poucos países a ter uma plataforma de uso de biológicos em culturas extensivas como soja, milho e cana, mas carecia, até então, de uma regulamentação específica para bioinsumos — o que gerava uma série de desafios tanto para os produtores quanto para as indústrias, que estavam sujeitos a normas criadas para agrotóxicos e fertilizantes, limitando o potencial de inovação e desenvolvimento do setor”, explica Julia.
O que esperar para 2025?
Com a regulamentação agora em vigor, 2025 desponta como um ano de ainda mais oportunidades para o setor. A nova estrutura legal trará estabilidade jurídica, incentivando o registro de produtos multifuncionais e a adoção em larga escala dessas tecnologias no campo.
Segundo ela, o marco regulatório "é um passo fundamental para consolidar a posição do Brasil como líder global no uso de tecnologias biológicas aplicadas à agricultura sustentável."
Além disso, incentivos fiscais e tributários previstos no novo marco regulatório devem atrair mais investimentos, fortalecer a competitividade das empresas brasileiras e acelerar o lançamento de inovações tecnológicas.
Espera-se que o mercado de bioinsumos continue crescendo rapidamente.
“Com a aprovação do PL nº 658/2021, que regula os bioinsumos de forma independente, inicia-se a criação de uma estrutura regulatória mais alinhada às especificidades desses produtos, o que vai permitir a expansão e a inovação com maior segurança jurídica”, explica.