Para Haddad, queda do dólar vai conter inflação dos alimentos
Alta dos preços pressiona governo no início do ano
|Diante da alta nos preços dos alimentos, o governo federal busca alternativas para conter a inflação.
A nova aposta é a desvalorização do dólar, que ontem caiu para R$ 5,77, acumulando a maior sequência de quedas desde o Plano Real.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que a baixa do dólar, aliada a uma safra recorde prevista para 2025, deve reduzir a pressão sobre os preços nos próximos meses.
"O dólar estava a R$ 6,10 e está caindo. Isso já ajuda muito. Com a ação do Banco Central e do Ministério da Fazenda, essas variáveis econômicas se acomodam em outro patamar, e isso certamente vai favorecer. Estou confiante de que a safra deste ano será muito forte, o que também ajudará", afirmou Haddad ao comentar a mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
O Copom destacou que os preços dos alimentos subiram de forma significativa devido à estiagem do ano passado e à alta dos preços das carnes, impactada pelo ciclo do boi.
O ministro ressaltou que fatores como o câmbio e a inflação tendem a se estabilizar e que o governo trabalha para reduzir pressões fiscais sobre a política monetária, com um bloqueio de R$ 30 bilhões no Orçamento.
A ata do Copom alerta que a inflação acumulada em 12 meses deve seguir acima da meta do Banco Central até junho, podendo configurar descumprimento da meta sob o novo modelo de metas contínuas.