Guerra comercial de Trump gera revolta no agro dos EUA e pode favorecer o Brasil
Presidente foi eleito com forte apoio dos produtores rurais americanos, mas enfrenta protestos
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Eleito com forte apoio do agronegócio americano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agora enfrenta crescente insatisfação entre os produtores rurais, especialmente após a escalada da guerra comercial com China, México e Canadá.
A imposição de novas tarifas sobre importações desses países já provoca reações negativas no setor, que teme prejuízos bilionários.
Os produtores de soja estão entre os mais afetados e alertam que, diante das tarifas impostas por Pequim, o Brasil será o grande beneficiado, tornando-se o principal fornecedor para o mercado chinês.
Segundo revelou o jornalista Jamil Chade, do UOL, os fazendeiros norte-americanos consideram as medidas protecionistas da Casa Branca um erro estratégico que pode custar caro ao agronegócio dos EUA.
Agricultores ridicularizam sugestão de Trump
A insatisfação chegou ao Congresso dos EUA, onde Trump sugeriu que os produtores afetados pela guerra comercial buscassem o mercado interno para escoar seus produtos.
A proposta, segundo o UOL, foi prontamente ridicularizada pelos exportadores, que alertaram para a falta de demanda doméstica capaz de compensar as perdas internacionais.
“Há anos, os agricultores têm mantido sua posição de que não apoiam o uso de tarifas como tática de negociação, pois isso ameaça mercados importantes e encarece os insumos”, afirmou a Associação Americana de Soja ao UOL..
O presidente da entidade, Caleb Ragland, reforçou o descontentamento do setor: "Os agricultores estão frustrados", disse o produtor de soja do estado do Kentucky.
A preocupação também atinge os produtores de milho. Marty Marr, agricultor de Illinois, afirmou ao portal Agriculture.com que teme uma retaliação do México, que pode buscar fornecedores na América do Sul, reduzindo as compras dos EUA.
“Seria doloroso. Precisamos manter boas relações comerciais”, afirmou.