O que está em jogo no Senado sobre o licenciamento ambiental?
Texto amplia flexibilizações, cria nova licença e reforça sanções legais
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O Projeto de Lei 2.159/2021, que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, deve ter uma semana decisiva no Senado.
A matéria será votada nesta terça-feira (21) nas comissões de Meio Ambiente (CMA) e Agricultura (CRA), e já está pautada para o plenário da Casa no mesmo dia, a partir das 14h.
Fruto de um longo trâmite legislativo, o texto foi apresentado na Câmara dos Deputados em 2004, pelo então deputado Luciano Zica (SP), e aprovado apenas em 2021. No Senado, está em análise há quatro anos.
Após negociações, os relatores Confúcio Moura (MDB-RO), na CMA, e Tereza Cristina (PP-MS), na CRA, apresentaram um relatório conjunto no último dia 7. A proposta recebeu 93 emendas até agora.
Se o texto for aprovado com mudanças, ele deverá retornar à Câmara para nova análise.
Isenção para atividades agropecuárias segue no texto
Um dos pontos mais sensíveis do projeto é a manutenção da isenção de licenciamento ambiental para quatro tipos de atividades agropecuárias. O texto prevê dispensa para:
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o cultivo de espécies de interesse agrícola (temporárias, semiperenes e perenes);
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a pecuária extensiva e semi-intensiva;
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a pecuária de pequeno porte;
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pesquisas agropecuárias sem risco biológico.
Essa isenção, aprovada originalmente pela Câmara, foi mantida pelos senadores, com a ressalva de que só se aplicará a propriedades regularizadas ou em processo de regularização. O trecho provoca críticas de ambientalistas, que veem risco de fragilização do controle ambiental. Já representantes do agro argumentam que a medida traz alívio a pequenos produtores e reduz burocracia.