Brasil caminha para uma "jaboticaba": agricultura sem seguro rural
Corte de R$ 445 milhões no programa federal ameaça colapsar modelo de proteção agrícola no país

O agro brasileiro ruma para uma espécie de “jaboticaba” no seguro rural.
O problema é que não se trata da fruta doce e típica do país mas, sim, da irônica frase de sabedoria popular: "se só tem no Brasil e não é jaboticaba, não deve ser coisa boa”.
Após o bloqueio de R$ 445 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), anunciado ontem pelo Governo Federal, o setor está próximo de um apagão no acesso ao modelo de proteção agrícola no país.
Segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o corte representa um golpe direto na principal política pública de mitigação de riscos climáticos no campo.
O cenário já vinha se deteriorando. De 2023 para 2024, a área segurada no país despencou de 14 milhões para 7 milhões de hectares — uma queda de 50%, segundo dados da FenSeg.
Um agro "quase sem seguro" seria uma exclusividade do Brasil.
Política de estado
A política de subvenção ao seguro rural foi criada justamente para tornar o seguro mais acessível, compartilhando o custo do prêmio entre governo e produtor.