MST inicia ofensiva e cobra Lula enquanto produtores se preparam contra invasões

Movimento intensifica ocupações em 21 estados, enquanto no Paraná cresce a mobilização por segurança jurídica no campo

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MST inicia ofensiva e cobra Lula enquanto produtores se preparam contra invasões
23deJulhode2025ás16:15

Como forma de pressionar o governo Lula  por avanços concretos na Reforma Agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deflagrou nesta semana uma série de invasões em superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em diferentes estados, como São Paulo, Alagoas, Maranhão, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul.

Segundo o próprio movimento, as mobilizações ocorrem em 21 estados e no Distrito Federal, com atos também em prédios de secretarias estaduais e agências do Banco do Brasil. Desde a segunda-feira (21), foram registradas 26 ações em todo o país, reunindo aproximadamente 17 mil pessoas.

As ocupações fazem parte da chamada Semana Camponesa do movimento, iniciativa nacional que reúne movimentos do campo para cobrar dos governos federal e estaduais medidas mais efetivas em prol da Reforma Agrária.

Na segunda-feira, o MST publicou uma carta cobrando agilidade na destinação de terras e no andamento dos programas agrários.

“A morosidade do governo, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), só aumenta o desânimo e potencializa ainda mais os conflitos sociais”, diz o documento.

Nesta quarta-feira (23), o movimento voltou a se manifestar publicamente, relacionando sua pauta à defesa da soberania nacional, evocada pelo governo após o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros. 

“A redistribuição de terras é uma política fundamental na defesa da soberania nacional, garantindo a defesa das terras do país, em contraposição ao agronegócio entreguista, golpista e antipatriótico”, afirmou o MST em nota.

No documento, os sem-terra criticam a lentidão do governo federal na execução de políticas públicas pela reforma agrária. Citam, especificamente, responsabilidades do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), comandado pelo ministro Paulo Teixeira.

SPMST

Ocupações se espalham pelo país