Yara vai quadruplicar fertilizantes de baixo carbono em 2026 e ampliar oferta para novas culturas

Em balanço do ano, empresa avalia que o mercado de fertilizantes cresceu em 2025, mas abaixo do esperado, e projeta avanço maior em 2026

Presidente da empresa no Brasil, Marcelo Altieri, confirmou que a estratégia já está em execução, durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (1º).

Presidente da empresa no Brasil, Marcelo Altieri, confirmou que a estratégia já está em execução, durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (1º).

02deDezembrode2025ás08:08

Yara definiu para 2026 uma meta ambiciosa do seu portfólio climático no Brasil: quadruplicar o volume de fertilizantes de baixo carbono em relação a 2025.

A decisão vem após os primeiros pilotos mostrarem desempenho técnico e comercial acima do esperado, especialmente no café.

O presidente da empresa no Brasil, Marcelo Altieri, confirmou que a estratégia já está em execução, durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (1º).

“Os pilotos ainda são pilotos, mas já vai crescer quatro vezes”, afirmou Altieri, reforçando que a empresa está desenvolvendo “modelos de negócios melhores onde se compartilham mais o valor com o agricultor e que o agricultor seja recompensado pelas boas práticas agrícolas que ele faz”.

A empresa, porém, não divulgou o volume atual nem o esperado após a expansão

Segundo ele, o avanço vem acompanhado da construção de um novo modelo de negócios, no qual parte do valor gerado pela descarbonização volta diretamente para o produtor.

“Queremos que o agricultor seja recompensado pelas boas práticas agrícolas que ele faz”, revela.

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Novas culturas entram no radar: citros, cacau, batata, cevada e milho

A expansão do portfólio incluirá citros, cacau, batata, cevada e milho, além da cana-de-açúcar — que ganhará tração com a atualização da RenovaCalc, ferramenta que deve passar a reconhecer a origem do fertilizante no cálculo da pegada de carbono.

Além do café, com parceria com Cooxupé, Cocacer e JDE Peet’s, dois projetos já avançam de forma consistente:

  • Batata, em parceria com a PepsiCo, com redução entre 40% e 66% da pegada de carbono;

  • Cacau, com a Barry Callebaut, combinando aumento de produtividade com menor emissão.

O vice-presidente de Agronomia e Marketing, Guilherme Schmitz, reforçou a importância da mudança regulatória.

“A versão atual da Renovacalc não diferencia o fertilizante pela origem. Um quilo de nitrogênio produzido na China emite 10 kg de COeq, na Rússia 7,5 kg. Um Yarabela ou Yaramila emite 3,5 kg de COeq.”

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A expectativa é que a nova versão entre em vigor em 2026, ampliando a geração de CBIOs pelas usinas que utilizam fertilizantes de menor intensidade de carbono.

Projeto piloto do café vira vitrine global da descarbonização

No café, a Yara consolidou o primeiro grande piloto de descarbonização. Em parceria com Cooxupé e Cocacer, a empresa reduziu em 40% a pegada de carbono da produção, com ganhos de qualidade e rastreabilidade.

“Implementamos projetos com três empresas de alimento neste ano. O café tem muito potencial e a tendência é ampliar esse trabalho”, disse Schmitz, descrevendo o potencial da cultura. 

A demanda internacional, especialmente de Europa e Japão, também pressiona a cadeia por produtos de menor pegada climática, reforçando o apelo comercial do projeto.

Mercado aquecido após super safra reforça demanda por nutrientes

A supersafra brasileira continua sendo um vetor decisivo para o mercado de fertilizantes. Altieri destacou o impacto do volume recorde: