Agro convencional busca adubação orgânica por crise de fertilizantes

Instrutor do Senar-SP enumera alternativas de adubação que dispensam o NPK importado

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Agro convencional busca adubação orgânica por crise de fertilizantes
11deMaiode2022ás17:00

O agronegócio brasileiro pode estar vivendo o início de uma das maiores crises de fornecimento de insumos de sua história com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que prejudica gravemente o fornecimento de fertilizantes.

Além de preços que chegaram a dobrar no mercado interno, a própria oferta de adubo pode estar ameaçada mesmo com os esforços da cadeia produtiva e do poder público, como o Plano Nacional de Fertrilizantes e as viagens a países produtores, para mitigar a questão.

Por ora, não há solução definitiva em vista ainda mais quando consideradas as próximas épocas de plantio a partir de agora.

Diversas alternativas vêm sendo cogitadas, desde redução do uso, reaproveitamento, aumento de área plantada e, inclusive, recorrer a práticas mais “sustentáveis” até então vistas como insuficientes.

Entre elas, a chamada agricultura “convencional” passou a adotar técnicas da agricultura orgânica, que dispensa a “fertilização química” do trinômio NPK (Nitrogênio, fósforo e potássio).

Agricultura orgânica

É o que aponta o instrutor dos cursos de agricultura orgânica do Senar-SP, Marcelo Sambiase, em artigo publicado no site da entidade. Segundo ele, usinas de cana, por exemplo, estão usando vinhaça (resíduos da destilação do etanol) e cinzas que sobram da queima do bagaço.

Outras opções que passaram a ser testadas incluem esterco de bovinos, aves e suínos, que também ficaram mais caros devido ao aumento da demanda. Ou seja, com uma crise sem previsão de término, os agricultores estão em busca de todas as soluções disponíveis.

“O adubo, que custava R$ 1.500,00 a tonelada no início de 2020, ainda antes da pandemia de Covid-19, hoje está custando R$ 6 mil. O grande produtor consegue ainda preços mais em conta porque adquire grandes volumes. Mas o pequeno chega a pagar R$ 7 mil por tonelada porque ele não consegue fazer uma compra antecipada ou em grande volume. Outro problema grave é que quando há a falta de adubo, o agricultor de maior porte já tem um bom volume em estoque, mas o pequeno não tem”, explica.