Gado de leite: saiba diferenciar a mastite ambiental e a contagiosa
Veterinária explica sintomas e possibilidades de tratamento para a doença
|Vaca leiteira em produção orgânica na Dinamarca. (foto - Daniel Azevedo)
A mastite bovina, inflamação da glândula mamária originada, principalmente, após uma infecção com predominância de bactérias, é uma das principais doenças que acometem o gado leiteiro.
A enfermidade tem impactos financeiros negativos tanto para o pecuarista quanto para a indústria de laticínios. A mastite pode causar perda de produção de cerca de 3 litros de leite por dia, além de ter impacto direto no bem-estar animal.
Segundo a médica veterinária e consultora de pecuária da VetBR, Nathasha Freitas Marcelino, a transmissão da doença pode ser ambiental ou contagiosa. “No primeiro caso, o gado é infectado por agentes do ambiente, presentes em fezes e matéria orgânica, por exemplo. Estes podem ser bactérias, fungos, algas e até mesmo leveduras”, afirma a especialista.
Já a mastite contagiosa, diz Natasha, decorre dos micro-organismos que estão adaptados ao úbere e, por isso, pode ser transmitida entre os animais no momento da ordenha. “Isso ocorre quando não há higiene adequada dos equipamentos, mãos do ordenhador, desinfecção rotineira, além da identificação e segregação de animais infectados”, diz.
Independentemente da via de transmissão, é recomendável atenção a ações preventivas, como limpeza do ambiente, realização de pré e pós-dipping adequados, utilização de luvas durante a ordenha e manutenção contínua de equipamentos.
No caso da mastite ambiental, é necessário também fornecer alimento ao animal logo após a ordenha, para garantir que ele fique em pé por mais tempo a fim de reduzir a exposição do esfíncter do teto ainda aberto após a ordenha a agentes presentes no solo. Para a mastite contagiosa, especialistas indicam linha de ordenha para minimizar a contaminação de animais saudáveis.