Lula deveria medir melhor as palavras sobre o agronegócio

Generalizações sobre o setor, além de injustas, são contraproducentes para o país e o próprio novo governo

Talvez o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ou a própria equipe de comunicação palaciana poderiam aconselhá-lo. (foto - captura)

Talvez o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ou a própria equipe de comunicação palaciana poderiam aconselhá-lo. (foto - captura)

10deJaneirode2023ás18:40

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tem citado, repetidamente, o agronegócio brasileiro de forma negativa, generalizante e sem o devido cuidado.

A mais recente ocorreu logo após aos deploráveis e criminosos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo.

Enquanto anunciava intervenção federal no Distrito Federal, o mandatário referiu-se ao setor com uma perniciosa ilação: “Aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana possivelmente também estava lá”.

“Possivelmente estava lá”? É bastante temerário um chefe de Estado atrelar ou atribuir uma pecha de crime a um setor inteiro sem discernimento, distanciamento ou nenhuma apuração sobre os fatos. E não é a primeira vez.

Ainda durante a campanha, o petista declarou em sabatina do Jornal Nacional, um dos programas jornalísticos mais assistidos do País, que o “agronegócio fascista (sic)”, “tem um monte (de produtores) que quer (desmatar a floresta)”.

Todos deveriam saber que generalizações sobre qualquer categoria digna são contraproducentes, especialmente quando o objetivo é “promover a paz e a conciliação” da sociedade brasileira, além de injustas.

Algum defensor de Lula podeira argumentar que ele se referia àqueles que não cumprem leis ambientais, mas esse tipo de fala só reforça uma imagem falsa e bastante difundida, especialmente na sociedade urbana, e traz mais dificuldades do que soluções. Mais calor do que luz.