Produtora familiar fatura 50% mais com primeiro queijo carbono neutro do Brasil

Pequena produção gera apenas 50 quilos do lácteo por dia a partir de sistema de ILP

O manejo também conta com criação extensiva a pasto, com integração lavoura-pecuária (ILP), para conforto térmico das vacas. (foto - Vidalat)

O manejo também conta com criação extensiva a pasto, com integração lavoura-pecuária (ILP), para conforto térmico das vacas. (foto - Vidalat)

05deFevereirode2024ás20:08

A pecuarista Roseli Piekas Capra é um dos expositores mais orgulhosos do Pavilhão da Agricultura Familiar, da Show Rural Coopavel 2024, por um motivo mais do que justo.

Sua fazenda produz o primeiro queijo carbono neutro do Brasil no município de Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado do Paraná. A certificação foi conquistada há poucos meses e provou para ela – quem sabe a toda indústria láctea – que tal diferencial é não só possível, mas também lucrativo.

O queijo colonial carbono neutro, da Queijaria Vidalat, é vendido por 50% mais que seus concorrentes do mesmo tipo.

“Nós vendemos por R$ 45 o quilo de Colonial e por R$ 50 o quilo de temperado com vinho. A gente já conseguiu o retorno do investimento para melhorar a produção e obter a certificação”, garante.

Após a análise de diversos requisitos, a Queijaria Vidalat foi reconhecida como carbono neutro pela Associação Brasileira de Rastreabilidade de Alimentos (Abrarastro).

A certificação indica que a propriedade conseguiu compensar a emissão de carbono adotando práticas agrícolas sustentáveis e, assim, seus produtos são considerados neutros em carbono.

Segundo Roseli, o status de queijo “zero carbono” exigiu todo um processo, mas o modelo tradicional de trabalho de sua fazenda encurtou o caminho. Trata-se de uma pequena propriedade com cerca de 30 vacas Jersey e Holstein e produção de cerca de 500 litros por dia.