Governo anuncia 'Desenrola Campo' após reivindicação do MST

Movimento propõe trocar dívidas por comida

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Ministro Paulo Teixeira afirmou que governo fará fundo de aval para o segmento

Ministro Paulo Teixeira afirmou que governo fará fundo de aval para o segmento

17deAbrilde2024ás15:09

Para tentar diminuir o descontentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) com seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o "Programa Terra da Gente" na última segunda-feira (dia 15), com foco na reforma agrária.

Agora, o governo resolveu ampliar seu pacote de medidas para buscar um diálogo e conter a onda de invasões realizadas pelo MST. Hoje (dia 17), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, revelou que o governo vai lançar o “Desenrola Campo”

O programa é destinado à renegociação de dívidas para agricultores familiares, inspirado no programa Desenrola Brasil. A renegociação de dívidas tem sido uma demanda dos movimentos sociais ligados à reforma agrária.

"O Desenrola Campo vai sair", disse durante o programa Bom Dia, Ministro, exibido na manhã desta quarta-feira (17/4) pelo Canal Gov, da EBC.

Uma das estratégias para facilitar o acesso ao crédito agrícola será a criação de um fundo de avaliação, financiado pelo próprio governo.

"Nosso principal esforço é garantir que o crédito chegue aos pequenos agricultores, que muitas vezes não conseguem avalistas. Vamos estabelecer esse fundo de aval", explicou Teixeira. Esse mecanismo já é utilizado no Desenrola Brasil, onde o governo federal atua como fiador para os devedores.

Alimento por comida

Outra proposta em discussão, apresentada pelo MST, é a possibilidade de trocar dívidas por produção, por comida. De acordo com Gilmar Mauro, da coordenação nacional do movimento, essa abordagem poderia contribuir para controlar os preços dos alimentos e combater a fome e a insegurança alimentar.

As novas diretrizes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) devem ser anunciadas em junho, seguindo o calendário dos anos anteriores. Espera-se que essas novas regras abordem questões relacionadas à renegociação de dívidas e ao acesso ao financiamento, uma vez que a inadimplência tem sido um obstáculo para a obtenção de novos empréstimos.