Lula pede paciência e admite: "governo não está entregando aquilo que prometeu"

Presidente também prometeu não fazer "bravata" para conter inflação dos alimentos

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Lula também reagiu às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça sobretaxar produtos brasileiros. ( Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

Lula também reagiu às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça sobretaxar produtos brasileiros. ( Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

30deJaneirode2025ás15:15

A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou a positiva pela primeira vez, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana. O levantamento aponta que 49% dos eleitores reprovam a gestão, enquanto 47% a aprovam. Outros 4% não souberam ou preferiram não opinar.

Diante dos números, Lula comentou nesta quinta-feira (30) que o cenário era esperado, atribuindo o resultado à demora na entrega das promessas de campanha. Segundo ele, as críticas são compreensíveis.

“O povo tem razão. A gente não está entregando aquilo que prometeu, então como o povo vai falar bem se a gente não está entregando? É preciso ter muita paciência”, afirmou o presidente em coletiva no Palácio do Planalto.

Apesar da admissão, Lula garantiu que o governo está avançando e que, nos dois primeiros anos de mandato, realizou mais preparativos do que em suas gestões anteriores.

“Quando o Pimenta [então ministro da Secretaria de Comunicação] aparecia com uma pesquisa dizendo o que o povo estava pensando, eu falava que é assim mesmo”, disse.

Expectativas da população

O presidente analisou a evolução da percepção pública ao longo do mandato, destacando que no primeiro ano a população tem altas expectativas e aguarda as mudanças. No entanto, no segundo ano, a cobrança aumenta.

“O povo tem muita expectativa e está muito tranquilo”, comentou. Segundo ele, é natural que, com o passar do tempo, a sociedade avalie com mais rigor se as promessas estão sendo cumpridas.

Inflação dos alimentos

Ao ser questionado sobre a alta dos preços dos alimentos, Lula afirmou que o governo precisa dialogar com o setor produtivo para entender os motivos do aumento e descartou medidas extremas.

Não tomarei nenhuma medida daquelas que são bravata. Não farei cota, não colocarei helicóptero para viajar fazenda e prender boi como foi feito no tempo do Plano Cruzado, não vou estabelecer nada que possa significar o surgimento de mercado paralelo”, garantiu.