Após caos e recorde de queimadas em 2024, governo e estados antecipam combate a incêndios florestais
Medidas são antecipadas para evitar que 2025 repita a tragédia do ano anterior

Em 2024, 17% do Pantanal foi atingido pelo fogo. (Foto - Bruno Rezende)
O Brasil enfrentou uma explosão de queimadas em 2024, registrando 278.229 focos de incêndio, o maior número desde 2010.
O aumento de 46% em relação a 2023, quando foram contabilizados 189.891 focos, acendeu um alerta para autoridades ambientais.
Diante desse cenário crítico, o governo federal e alguns estados adotam medidas antecipadas para evitar que 2025 repita a tragédia do ano anterior.
Governo federal declara emergência ambiental
Para enfrentar o risco de incêndios, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima decretou, no final de fevereiro, estado de emergência ambiental em áreas vulneráveis, com base em análises científicas sobre os períodos críticos de seca em diferentes regiões.
A portaria assinada pela ministra Marina Silva no final de fevereiro permitirá a contratação emergencial de brigadistas e a implementação de ações preventivas.
O decreto tem validade para as mesorregiões Centro-Sul, Norte, Nordeste, Sudeste e Sudoeste do Mato Grosso, além da mesorregião Norte, Leste, Pantanais Sul e Sudoeste do Mato Grosso do Sul, cobrindo o período de março a dezembro de 2025.
"Com essas informações, os agentes públicos estarão preparados para adotar as ações necessárias em resposta ao risco identificado. Este é o resultado de um extenso trabalho baseado em ciência e planejamento estratégico para enfrentar as emergências climáticas", afirmou Marina Silva.
Maior contingente de brigadistas da história
Uma das principais medidas anunciadas pelo governo federal é o aumento no efetivo de combate ao fogo. Serão 4.608 profissionais dedicados à prevenção e ao enfrentamento dos incêndios, incluindo 4.358 brigadistas e 250 servidores efetivos. Esse número representa um crescimento de 25% em relação ao contingente de 2024.
A estrutura de combate ao fogo também será reforçada com 15 helicópteros, 2 aviões de transporte, 10 aeronaves para lançamento de água, 340 camionetas operacionais, 199 veículos especializados e 50 embarcações.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, as projeções para 2025 são melhores do que as do ano anterior, mas ainda preocupantes. "Não será uma situação confortável, uma vez que haverá extensas regiões sob regime de seca", alertou.