Setor de cana pode cumprir sozinho a missão da redução de emissões de CO2 do agro brasileiro

Novas tecnologias possibilitam reduzir 178,6 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalente a meia França

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Setor de cana pode cumprir sozinho a missão da redução de emissões de CO2 do agro brasileiro
16deAbrilde2025ás12:57

O setor de cana-de-açúcar poderia por si só cumprir a missão de toda a agropecuária brasileira quanto à redução de emissões de CO2eq.

A afirmação é possível a partir do estudo apresentado em parceria pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) em um encontro com investidores realizado ontem (dia 15).

O levantamento inédito analisou o potencial de descarbonização do setor sucroenergético brasileiro com base na adoção da novas tecnologias desenvolvidas pelo CTC.

Segundo o estudo, a implementação integrada de soluções em melhoramento genético, biotecnologia e sementes sintéticas tem o potencial de evitar a emissão de 178,6 milhões de toneladas de CO por ano até 2042.

O volume equivale a 50% das emissões anuais de um país como a França.

Fazendo as contas

Se levarmos em conta as novas NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas, do inglês) assumidas na COP 29, o Brasil deverá reduzir suas emissões líquidas em 67% em relação a 2005 até 2035

Na prática, isso significa reduzir o total de 2,342 bilhões de toneladas emitidos em 2005 para 772,8 milhões de toneladas de CO2eq até 2035.

Se no ano passado, o país emitiu 1,558 bilhão, ainda restaria 785,1 milhões de toneladas ao ano, o que, segundo especialistas, seria possível a partir de zerar o desmatamento e tornar a agropecuária, energia e indústria menos poluentes. 

Como zerar o desmatamento eliminaria 514 milhões de toneladas das emissões ao ano segundo o SEEG de 2022, restariam 271,1 milhões de toneladas para dividir entre agropecuária e geração de energia/processos industriais.