Campo errado: Futuro presidente da CBF é acusado por grilagem no Sul de Roraima
Samir Xaud enfrenta denúncias por grilagem e irregularidades na gestão pública
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Dirigente classificou as denúncias como parte de uma “política suja” (Foto - CBF/Divulgação)
A candidatura de Samir Xaud à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) surge em meio a uma série de denúncias e questionamentos sobre sua trajetória fora do futebol.
Médico infectologista e presidente da Federação Roraimense de Futebol, Xaud oficializou sua candidatura no último domingo (18), com apoio de 25 federações estaduais e dez clubes das Séries A e B.
A eleição ocorre após a destituição de Ednaldo Rodrigues do cargo por decisão judicial.
Apesar do discurso de renovação, o dirigente é desconhecido no cenário do futebol nacional e carrega um histórico de acusações — a mais grave delas revelada pelo jornalista Lúcio de Castro, que aponta Xaud como protagonista de uma tentativa de regularização de terras em área de proteção ambiental no sul de Roraima.
Grilagem, documentos contraditórios e registro em área protegida
Segundo apuração do jornalista Lúcio de Castro, publicada pela Agência Sportlight e no Uol, Samir Xaud declarou a posse de uma área de 1.349 hectares, chamada Fazenda Paraíso Perdido, localizada na Gleba Mucucuáu, no município de Rorainópolis, ao sul de Roraima — uma região marcada por grilagem, conflitos fundiários e considerada zona de proteção ambiental
Em dezembro de 2020, a Prefeitura local reconheceu oficialmente Xaud como “detentor” da fazenda. Já em março de 2021, ele registrou em cartório a posse do imóvel, declarando que ocupava a área desde 1º de maio de 2008 — o que configura um hiato de 13 anos entre a suposta data de início da posse e a formalização do registro.
Poucos dias após o registro, a propriedade foi incluída no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e, em maio do mesmo ano, Xaud apresentou requerimento ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) solicitando a regularização fundiária da área.
A situação foi confirmada pelo próprio Incra, que, em agosto de 2021, declarou ter localizado cadastro em nome de Samir de Araújo Xaud, com data de início da posse coincidente com a indicada no documento cartorial.