Governo prepara plano de contingência contra efeito das tarifas dos EUA, diz Haddad
Setores como o de pescado já pedem medidas emergenciais para conter prejuízos nas exportações brasileiras aos Estados Unidos
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Segundo ele, um grupo de trabalho está trabalhando para ajudar os setores brasileiros mais afetados . (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro está elaborando planos de contingência para enfrentar os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre todos os produtos importados do Brasil, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto.
Durante entrevista à rádio CBN, Haddad garantiu que o Brasil continuará tentando uma solução diplomática. “O Brasil não vai sair da mesa de negociação. A determinação do presidente Lula é de que nós não demos nenhuma razão para sofrer esse tipo de sanção”, declarou.
Segundo o ministro, o governo federal está articulando uma resposta coordenada, envolvendo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Itamaraty e a própria Fazenda.
"Mandamos uma segunda carta [ao governo dos Estados Unidos] na semana passada, em acréscimo à de maio, da qual nós não obtivemos resposta até agora, mas nós vamos insistir na negociação comercial para que possamos encontrar um caminho de aproximação dos dois países que não têm razão nenhuma para estarem distanciados”, afirmou.
Haddad explicou que um grupo de trabalho já atua na formulação de medidas para apoiar os setores mais prejudicados, embora essas propostas ainda não tenham sido apresentadas ao presidente Lula.
"Estamos desenhando os cenários possíveis, tanto da abertura de negociações por parte dos Estados Unidos [...] até uma resposta eventual às duas cartas que nós mandamos. Podemos chegar no dia primeiro sem resposta? Esse é um cenário que nós não podemos desconsiderar neste momento. Mas ele não é o único cenário que está sendo considerado por nós”, afirmou.
“Então nós temos plano de contingência para qualquer decisão que venha a ser tomada pelo Presidente da República”, acrescentou.
Apesar da tensão, o ministro descartou retaliações imediatas.