Agronegócio x Ambientalismo: novas frentes parlamentares se encontram no Congresso

Lideranças pregam diálogo, mas objetivos são opostos na maioria das pautas em comum

Oposição entre a produção agropecuária e a preservação ambiental vai mais pelas narrativas construídas do que pelas práticas das fazendas brasileiras. (foto - Embrapa)

Oposição entre a produção agropecuária e a preservação ambiental vai mais pelas narrativas construídas do que pelas práticas das fazendas brasileiras. (foto - Embrapa)

27deFevereirode2023ás15:13

O Congresso Nacional será arena para o embate entre as novas frentes parlamentares da Agropecuária e do Ambientalismo a partir desta semana com pautas determinantes para o presente e o futuro, não apenas da atividade produtiva, como da sociedade.  

De um lado, os representantes do agronegócio e sua relevância econômica e social com 27% do PIB, metade das exportações, 18 milhões de empregos e responsável pela produção de comida, fibras e combustíveis acessíveis e baratos.

Do outro, os porta-vozes do ambientalismo com os argumentos pautados nas mudanças climáticas, preservação da fauna e da flora, entre outros.

Os primeiros capítulos desse reencontro ocorrem nos próximos dias. A Frente Parlamentar Ambientalista promove evento de relançamento no dia 1º de março, e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no dia 7.

De ambos os lados, o tom inicial é sobre buscar diálogo para melhorar a produtividade agrícola e preservar o meio ambiente. Contudo, quando o tema são pautas específicas, as posições gerais são diametralmente opostas.

Na pauta mais imediata das duas frentes estão as mudanças na Esplanada que dividiram o Ministério da Agricultura e Pecuária e a recente tragédia climática que provocou mortes no litoral norte de São Paulo.

Pautas do agronegócio

O vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), disse, em entrevista à Rádio Câmara, que a frente vai buscar reverter duas medidas do novo governo.

A primeira é a transferência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Ministério da Agricultura para o do Desenvolvimento Agrário; e a segunda a absorção do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Plano de Regularização Ambiental pelo Ministério do Meio Ambiente.

"Nós sempre consideramos que áreas ligadas ao agro devem estar aglutinadas no mesmo esforço", defendeu.

Sobre a Conab, Arnaldo Jardim destacou ainda a importância estratégica do órgão para o setor. “A Conab é a verdadeira central de inteligência do agro. É ali que se projetam os cenários de safra futura”, afirmou.