Agro critica anúncios do governo: confira a repercussão do Plano Safra
CNA, Aprosoja e Abramilho afirmaram que valores são insuficientes
O governo Federal anunciou ontem (dia 3) o Plano Safra 2024/2025. Serão R$ 400,59 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de 2025. O valor representa um aumento de 10% em relação à safra anterior (R$ 364,22 bilhões).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também anunciou R$ 85,7 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional de pequenos produtores rurais e agricultura familiar até junho de 2025.
Os valores não eram o que as entidades do agro almejavam e os anúncios geraram críticas.
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Soja (Aprosoja Brasil) afirmou que os valores para agricultura empresarial são insuficientes.
De acordo com o presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, a maior parte dos recursos não tem equalização de taxa de juros, ou seja, o governo não está contribuindo para balizar o custo do dinheiro para os produtores rurais.
“O ano de 2024 está sendo bastante desafiador e, infelizmente, o Governo não está ajudando em nada o setor”, afirma o dirigente.
Para Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o anúncio ficou aquém das expectativas. A expectativa de entidades e players do agro para o Plano Safra 2024/2025 era de R$ 570 bilhões.
Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA disse que os valores anunciados pelo governo, de R$ 210,9 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), ficaram abaixo das expectativas.
"Esperávamos o incremento de R$ 1 bilhão, para totalizar R$ 3 bilhões neste ano. Vamos levar essa proposta para o ministro [da Fazenda, Fernando Haddad] para debater no orçamento no final do ano", destacou Lucchi.
Lucas Costa Beber, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), destaca que se considerar a inflação, os recursos controlados apresentaram redução.