Plano Safra é “peça de marketing” com custo bilionário ao agro, diz FPA
Bancada critica alta nos juros, corte na equalização e omissão sobre seguro rural
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O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), classificou o Plano Safra 2025/26 como “mais uma peça de marketing do que uma política efetiva”.
Para o parlamentar, o valor de R$ 516,2 bilhões anunciado pelo governo federal para a agricultura empresarial contém distorções, omissões e custos sem precedentes para o setor produtivo.
“O governo anuncia um plano de R$ 516 bilhões, mas só tem controle real sobre 22% disso. O restante é dinheiro dos bancos, a juros de mercado, muitas vezes acima de 2% ao mês. Não se pode vender isso como apoio estatal ao agro”, afirmou.
Segundo Lupion, o valor prometido em recursos com juros controlados caiu em relação ao anunciado no ano anterior.
“Quando comparo o que foi anunciado em 2023 com o que está sendo prometido agora, houve recuo. Estão vendendo crescimento onde há perda de ambição”, criticou.
Ele também questionou a forma como os recursos da União foram distribuídos. Dos R$ 13,5 bilhões previstos para equalização de juros, R$ 9,5 bilhões serão destinados à agricultura familiar, restando apenas R$ 3,9 bilhões para a agricultura empresarial.
“Esse é o gasto real do governo com o agro empresarial. Todo o resto é dinheiro de banco, do mercado, emprestado a taxas muitas vezes impagáveis. No fim, o governo gasta pouco e transfere o custo ao produtor”, alertou.
Juros elevados e custo bilionário para o campo
Lupion chamou atenção para o impacto da alta da Selic, atualmente em 15% ao ano. Ele estima que, mesmo com parte do crédito operando com equalização, o custo adicional com juros para o setor pode ultrapassar R$ 58 bilhões em 2025/26.