Importadora americana vai à Justiça contra tarifa de Trump sobre suco brasileiro

No Brasil, Abrafrutas pede que alimentos sejam excluídos da tarifa de 50% e alerta para prejuízos

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Importadora americana vai à Justiça contra tarifa de Trump sobre suco brasileiro
22deJulhode2025ás09:49

A imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começa a gerar reações não apenas no Brasil, mas também em território americano.

Uma das mais impactadas, a indústria de suco de laranja dos EUA deu início a uma ofensiva judicial contra a medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

A Johanna Foods, uma das maiores importadoras americanas de suco de laranja não concentrado, protocolou uma ação na Corte de Comércio Internacional dos EUA na última sexta-feira (18), segundo informou a Bloomberg.

Com sede em Nova Jersey, a empresa argumenta que a tarifa representa uma “ameaça existencial” aos seus negócios e pode elevar seus custos em até US$ 68 milhões ao longo dos próximos 12 meses. O impacto seria repassado ao consumidor final, com aumento de 20% a 25% no preço do produto.

Empresa vê motivação política

No processo, a Johanna Foods sustenta que a decisão de Trump não atende aos critérios legais exigidos para medidas emergenciais. Segundo a empresa, a tarifa fere a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), que exige a declaração de uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa ou à economia dos EUA.

A carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de julho, não declararia emergência formal nem mencionaria a IEEPA — diferentemente de outras ordens executivas assinadas por ele no passado.

A distribuidora ressalta ainda que a justificativa para a tarifa está ligada a motivações políticas, como o apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, críticas ao sistema eleitoral do Brasil e a alegação de uma “relação comercial injusta” com o país.

“Trump não identificou qualquer ameaça extraordinária ou incomum. A carta sequer incorpora ou altera qualquer ordem existente”, afirma a representação.

O processo também foi movido em nome da Johanna Beverage Co., sediada no estado de Washington.