Novas invasões, desta vez do MST, marcam início do governo Lula

Movimento havia sido prestigiado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, dois dias antes de invadir três fazendas na Bahia

Contexto político e jurídico gera ainda mais preocupação do setor produtivo; governo ainda não se manifestou. (foto - divulgação MST)

Contexto político e jurídico gera ainda mais preocupação do setor produtivo; governo ainda não se manifestou. (foto - divulgação MST)

01deMarçode2023ás17:35

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, ontem de madrugada, três fazendas de monocultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, nas cidades Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no estado da Bahia.

Nos últimos 10 dias, já são 12 propriedades rurais privadas invadidas (sendo oito pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade - FNL).  

As invasões aconteceram dois dias depois de o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prestigiarem Paulo Teixeira, participaram da Festa da Colheita da Soja Livre de Transgênico em Centenário do Sul, norte do Paraná, neste sábado (25).

Uma quarta propriedade de nome Fazenda Limoeiro, na cidade de Jacobina também foi ocupada. Segundo o MST, ela está abandonada há 15 anos.

De acordo com o movimento, cerca de 1.700 famílias “reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária, tendo em vista que estas propriedades atualmente não estão cumprindo sua função social.”

O MST classifica o ato como “uma denúncia contra a monocultura de eucalipto na região, que vem crescendo nas últimas décadas. E o uso de agrotóxicos pela empresa, que prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e o êxodo rural provocado pela monocultura do eucalipto na região.”

AO canal de televisão CNN, a Suzano afirma que as ações “violam o direito à propriedade privada e estão sujeitas à adoção de medidas judiciais para reintegrar a posse dessas áreas.”