Qual foi a dimensão do impacto das enchentes na pecuária do RS?
IBGE mostra que a maior tragédia climática reduziu abates, afetou aquisição de leite e a produção de ovos do agro gaúcho
|O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da pecuária brasileira no 2º trimestre de 2024 e os dados dão a real dimensão do impacto que a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul ocasionou no agro gaúcho.
As enchentes provocaram prejuízos nos abates de bovinos, suínos e frangos em todo o Rio Grande do Sul e também influenciou negativamente a aquisição de leite e a produção de ovos, além dos prejuízos na logística local.
Segundo o IBGE, a cheia do Rio Guaíba, iniciada no fim do mês de abril, refletiu na redução de 40,45 mil cabeças de bovinos abatidas no 2° trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No comparativo anual, abril apresentou alta de 6,1% nos abates de bovinos, porém maio e junho apresentaram retrações de, respectivamente, 19,8% e 16,8% no volume de cabeças de bovinos abatidas, explica o órgão.
"As enchentes afetaram a produção e principalmente a logística e infraestrutura do estado, pois não permitiram escoar os produtos e levar os animais para o abatedouro, gerando um problema logístico que afetou a cadeia", explicou o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.
Suínos: queda acentuada
Para os suínos, apesar do aumento de 23,10 mil cabeças abatidas no Rio Grande do Sul no 2º trimestre de 2024, o estado registrou o menor patamar de atividade dos últimos 4 anos para o mês de maio.
“O abate de suínos cresceu no estado comparado com o ano anterior, influenciado pelos resultados de abril. Já de abril para maio, houve uma queda acentuada", reiterou Viscardi.
Frangos: menor nos últimos 12 anos.
Em relação ao abate de frangos, a pesquisa registrou o melhor mês de abril da série histórica, porém, no Rio Grande do Sul, nos meses de maio e junho, o volume de cabeças de frangos abatidas foi o menor nos últimos 12 anos.