FPA coloca "pingos nos i's" sobre suspensão de linhas do Plano Safra
Pedro Lupion classifica medida como "um dia triste para o Brasil e para o agro"
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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reagiu e criticou a decisão do Ministério da Fazenda de suspender, a partir desta sexta-feira (21), novas contratações das linhas de crédito do Plano Safra 2024/25 que contam com subvenção federal.
Em nota, a bancada ruralista classificou a medida como reflexo da falta de controle do governo sobre os gastos públicos e do impacto da alta dos juros.
Segundo a FPA, a paralisação do crédito rural é resultado do aumento da taxa Selic, que passou de 10,50% em julho de 2024 para 13,25% em janeiro de 2025.
Para a entidade, a elevação da taxa reflete a desvalorização da moeda e a falta de responsabilidade fiscal do governo, comprometendo o financiamento da produção agropecuária.
FPA rebate justificativa do governo
No mesmo dia da suspensão do crédito, a Presidência da República alegou que não há necessidade de cortes de gastos. A FPA rebateu a justificativa e acusou o governo de transferir a responsabilidade ao Congresso Nacional.
“A má gestão fiscal impacta diretamente no aumento dos juros e inviabiliza a implementação total dos recursos necessários. O setor privado já investe R$ 1 trilhão na agropecuária, enquanto o governo federal atua apenas como complemento, subsidiando parte dos financiamentos. Sem controle orçamentário adequado, não há planejamento eficiente", afirmou a entidade.
A bancada destacou ainda que a suspensão impacta diretamente a produção de itens essenciais da cesta básica, como proteínas e ovos, pois o custo da ração animal, feita a partir de grãos, depende do financiamento rural.
"Seguiremos firmes na cobrança por políticas públicas que restabeleçam o crédito rural e garantam a segurança alimentar dos brasileiros", concluiu a FPA.