Tarifaço dos EUA pode desequilibrar mercado interno e desestimular produção, alerta ministro
Além disso, Wellington Dias afirma que 3,5 milhões de brasileiros superaram a pobreza em 2025
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Wellington Dias vê risco de descompasso entre oferta e demanda e defende ações para proteger produtores e garantir abastecimento. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
O tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode provocar uma redução momentânea nos preços de alimentos no mercado interno.
Embora isso possa aliviar o bolso do consumidor, com uma inflação menor, o efeito colateral pode ser o desestímulo à produção — o que, segundo o governo, também seria prejudicial para o país.
O alerta foi feito nesta terça-feira (22) pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“É buscar um preço adequado. Essa é a nossa missão”, afirmou o ministro, ao destacar que o desafio do governo é garantir preços justos tanto para quem compra quanto para quem produz.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que as novas tarifas passarão a valer a partir de 1º de agosto.
Diante da possibilidade de queda nas exportações de itens como laranja, café, carnes e frutas, Wellington Dias reconheceu que parte dessa produção pode ser redirecionada ao mercado interno, provocando redução de preços. Mas ponderou que esse tipo de efeito é passageiro e que o ideal seria estimular a competitividade da produção nacional.
“As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea [baixando a inflação dos alimentos], mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade. Ou seja, pela capacidade de mais produção numa mesma área; por um financiamento com juros mais baixos. Esse é o ganho que queremos alcançar”, disse o ministro.
“Mas veja bem: assim como a gente quer proteger o consumidor nessa tarefa, temos de proteger o produtor. Caso contrário desestimularíamos a produção. Nesse caso, precisamos ter equilíbrio”, acrescentou.