Haddad descarta retaliação contra os EUA e aposta em negociação para remover produtos do tarifaço
Ministro afirma que pacote de proteção à indústria e ao agro está na fase final de elaboração
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o governo federal não pretende aplicar a Lei da Reciprocidade, que foi sancionada em abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A norma prevê contramedidas em casos de retaliações comerciais, mas, segundo Haddad, a prioridade do Brasil será a negociação.
Com isso, o governo Lula afasta, por ora, a possibilidade de retaliar os norte-americanos e aposta no diálogo para tentar excluir mais itens da lista de produtos taxados anunciada pelo presidente Donald Trump.
“Nós nunca usamos esse verbo [retaliar] para caracterizar essas ações que o governo brasileiro vai tomar. São ações de proteção da soberania, proteção da nossa indústria, do nosso agronegócio, da nossa agricultura. São medidas de reação a uma ação de proteção da economia brasileira e da soberania brasileira. Há canais competentes onde o Brasil pode defender os seus interesses”, afirmou o ministro.
Haddad classificou a medida de Trump como “deliberadamente política” e disse que a tarifa de 50% é “realmente uma coisa injustificável”.
Ele confirmou que o plano de contingência, elaborado anteriormente com base em diferentes cenários, está sendo ajustado à nova realidade imposta pelo decreto norte-americano.