Valor da produção agrícola cai pelo segundo ano consecutivo no Brasil, segundo IBGE

Impacto do El Niño, queda na produção de soja e milho e retração de preços derrubaram o desempenho do setor

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Valor da produção agrícola cai pelo segundo ano consecutivo no Brasil, segundo IBGE
11deSetembrode2025ás11:26

valor da produção das principais culturas agrícolas do Brasil recuou 3,9% em 2024, frente a 2023, totalizando R$ 783,2 bilhões, segundo a Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É o segundo ano consecutivo de queda, reflexo da redução de 7,5% na produção de grãos, que somou 292,5 milhões de toneladas.

O valor de produção desse grupo caiu 17,9%, para R$ 431,2 bilhões. Soja e milho, responsáveis por 88,7% da produção de grãos, foram os mais afetados por adversidades climáticas e queda de preços, influenciando o desempenho geral da agricultura em 2024. 

Área plantada cresce, mas clima afeta produtividade

A área plantada do país alcançou 97,3 milhões de hectares em 2024, crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior. A soja foi a cultura que mais expandiu área, com +1,8 milhão de hectares, seguida pelo algodão (+280,8 mil ha). Já o milho apresentou retração de 4,9% na área cultivada.

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Segundo o supervisor da pesquisa, Winicius Wagner, o clima foi decisivo:

“O fenômeno El Niño prejudicou as culturas de verão em 2024. Ele causou estiagem prolongada severa em regiões como Centro-Norte, Sudeste e parte do Paraná. Soja e milho, em particular, sofreram quedas de 5,0% e 12,9% na produção, respectivamente, e a retração de seus preços impactou o valor de produção agrícola.”

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Ranking dos produtos: soja ainda lidera

Os cinco produtos com maior valor de produção seguiram sendo soja, cana-de-açúcar, milho, café e algodão. A cana assumiu a segunda posição, superando o milho.

  • Soja: -25,4% no valor de produção

  • Cana-de-açúcar: +3,0%

  • Milho: -13,5%

  • Café: +58,1%

  • Algodão: +4,3% 

Mesmo com queda expressiva, a soja manteve-se como principal cultura, representando um terço do total nacional. Já o avanço da cana foi impulsionado pelo aumento do preço do etanol. 

IBGEPAM