Agro comemora queda do tarifaço dos EUA; veja o que muda em números
Redução das tarifas americanas reacende exportações do agro brasileiro, enquanto China amplia compras de soja e reposiciona o Brasil no comércio global
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As entidades do agro que representam setores afetados pelo embargo norte-americano à importação de produtos brasileiros comemoraram a retirada das tarifas de 40% sobre alguns produtos vendidos pelo Brasil anunciada nesta quinta-feira (20), muitos deles considerados estratégicos, como café, carne, frutas tropicais, cacau, chá, banana, laranja e tomate.
O tom predominante é de otimismo e confiança em uma possível retomada da normalidade nas relações comerciais entre os dois países.
Segundo a ordem executiva publicada pela Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que a decisão foi tomada após conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que agradeceu publicamente.
Além dos alimentos, a lista publicada nesta quinta-feira (20), inclui fertilizantes, minérios e minerais, combustíveis fósseis, petróleo e derivados.
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O movimento representa um avanço na tentativa de normalizar o comércio bilateral, com impactos diretos sobre o agronegócio brasileiro.
O que dizem os setores impactados
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) celebrou a redução das tarifas sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida reforça a confiança no diálogo técnico entre os países e devolve previsibilidade ao comércio.
A Abiec também destacou que a qualidade e a regularidade da carne brasileira são reconhecidas internacionalmente e que o fim das tarifas cria condições mais adequadas para o bom funcionamento das exportações.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que a tarifa de 50% aplicada anteriormente poderia resultar em perdas de até 5,8 bilhões de dólares nas vendas do agronegócio brasileiro.
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também avaliou o anúncio como positivo e afirmou que a medida devolve competitividade a produtos brasileiros. Para a entidade, trata-se de um avanço concreto na renovação da agenda bilateral e compatível com o papel do Brasil como importante parceiro dos Estados Unidos.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que os Estados Unidos representam entre 2 bilhões e 2,5 bilhões de dólares das exportações brasileiras de café. Segundo a entidade, as vendas para o país vinham sofrendo queda de cerca de 50% nos últimos três meses.
O Cecafé destacou que ainda há uma pendência relacionada ao café solúvel, mas que todos os demais tipos foram isentos, o que restabelece condições de igualdade competitiva.
A entidade ressaltou ainda o histórico brasileiro de sustentabilidade, transparência, organização produtiva, tecnologia e produtividade, além do papel do café nos debates climáticos da COP em Belém.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Lula afirmou que “não é tudo o que eu quero, não é tudo que o Brasil precisa, mas é uma coisa importante. O presidente Trump acaba de anunciar que vai começar a reduzir vários produtos brasileiros que foram taxados em 40%. Isso é um resultado muito importante”.