Lula vai à Rússia e à China, e Haddad negocia com secretário de Trump
No centro das atenções estão os interesses do agronegócio brasileiro
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Em uma semana marcada por disputas comerciais globais, o governo brasileiro ativa duas frentes diplomáticas estratégicas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma a agenda internacional com visitas à Rússia e à China, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpre compromissos nos Estados Unidos e no México.
No centro das atenções estão os interesses do agronegócio brasileiro e as negociações sobre tarifas impostas por Washington.
A primeira parada de Lula será em Moscou, entre os dias 8 e 10 de maio, onde participará das celebrações pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, a convite do presidente Vladimir Putin.
O evento é considerado a principal data comemorativa russa. Além da cerimônia, está prevista uma reunião bilateral entre os presidentes.
Logo depois, Lula seguirá para a China, onde participará da cúpula entre o país asiático e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nos dias 12 e 13.
O encontro bilateral com Xi Jinping ocorre em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, reacendida por medidas do presidente norte-americano Donald Trump, que impôs novas tarifas a produtos chineses e também brasileiros.
O clima de tensão econômica internacional acende o alerta para impactos diretos no comércio agrícola global — e o Brasil se move para defender seus interesses.
Agro aposta em avanços com a China
A visita à China é vista como estratégica pelo setor agropecuário brasileiro. Representantes de ao menos nove cadeias produtivas — incluindo carne bovina, suína e de aves, milho, frutas, algodão, café, citros, etanol de milho e biotecnologia — compõem a delegação que acompanha Lula, com o objetivo de ampliar o acesso ao mercado chinês.