Novos impostos de Haddad teriam "impacto quase zero" no crédito rural, diz Fávaro

Ministro minimiza efeitos da taxação sobre o agro e ganha respaldo de Paulo Teixeira em meio a críticas do setor produtivo

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Fávaro defende que o funding do Plano Safra 2025/26 está assegurado, inclusive com estoque de cerca de R$ 650 bilhões em LCAs já captados (Foto - Lula Marques/Ag. Brasil)

Fávaro defende que o funding do Plano Safra 2025/26 está assegurado, inclusive com estoque de cerca de R$ 650 bilhões em LCAs já captados (Foto - Lula Marques/Ag. Brasil)

11deJunhode2025ás09:57

proposta do governo federal de tributar os rendimentos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e do setor imobiliário (LCIs) continua gerando reação no setor produtivo.

Apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que será enviada ao Congresso por meio de medida provisória, a iniciativa é vista com preocupação por representantes do agronegócio, embora o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tente atenuar os efeitos esperados.

Após reunião com membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, buscou amenizar os ânimos e afirmou, em entrevista ao Globo Rural, que o impacto da taxação sobre o crédito rural será “praticamente nulo”.

Segundo Fávaro, a eventual cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de pessoas físicas que investem em LCAs não deve comprometer a atratividade desses papéis nem encarecer significativamente os juros ao produtor.

Ele defende que o funding do Plano Safra 2025/26 está assegurado, inclusive com estoque de cerca de R$ 650 bilhões em LCAs já captados, com rentabilidade líquida próxima a 5%.

“No aspecto do funding, não há, na nossa avaliação, nenhum risco de perder a atratividade”, disse Fávaro ao Globo Rural.

De acordo com o ministro, um possível aumento de 0,72 ponto percentual no custo de captação não será necessariamente repassado ao produtor.

Para ele, instituições financeiras continuarão interessadas em financiar o setor por meio das LCAs e da compra de CPRs, que oferecem maior segurança jurídica. 

Paulo Teixeira minimiza efeitos sobre preços

Um dia antes, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também saiu em defesa da proposta durante entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Para ele, a tributação das LCAs não deve interferir nos preços de produtos nacionais, já que esses papéis são utilizados majoritariamente por exportadores.

Quem financia sua safra nas LCAs é exportador. Não creio que vá afetar a política de preços de produtos no Brasil”, avaliou.